No “Manifesto do Partido Comunista” escrito por Karl Marx e
Friedririch Engels em 1848, o Estado será definido enquanto um “Balcão de
Negócios da burguesia”, a concepção de Estado na teoria marxista evoluiu desde
então passando a entender o Estado não mais como um comitê gestor, mas um ente
mais complexo de dominação de uma classe sobre a outra.
Para manter essa dominação é preciso formar todo um conjunto de
leis, além de um aparato repressivo, nesse processo o Estado assume para si a
função de exercer a violência, no caso apenas ele pode utilizar da violência
para manter a constituição, criada para justificar sua existência, mas também
para regular a relação dentro da sociedade.
Todo esse debate vem à tona dentro do contexto de aumento da
criminalização que os movimentos sociais sofrem desde as grandes manifestações
de junho de 2013. Se o povo “acordou” e foi para a rua, após um breve lapso no
qual o Estado e mesmo a burguesia aparentaram perder o controle da situação,
todo o aparato repressivo do Estado foi colocado em funcionamento para coibir
as manifestações, enquanto que o aparato ideológico fazia sua função de segurar
de alguma maneira as massas.
O resultado é que depois de quase 30 anos do fim da ditadura
civil-militar vivemos uma situação de presos políticos e um clima de
perseguição, para mostrar serviço na época de eleições, mas também para manter
a população longe das ruas novamente.
A charge de hoje, de André Dahmer, mostra justamente o ponto em
que a ideologia é utilizada para mascarar todo o poder do Estado em nome de
incriminar uns poucos, para que no fim o clima contestatório desapareça e o
Capital se reproduza sem impedimentos.
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