segunda-feira, 31 de março de 2014

Charge do dia 31/03/2014, para que este dia não se repita jamais!!!



Neste dia 31 de março, precisamos voltar nossos olhos para a história brasileira, tirando lições de uma de nossas piores épocas. Pois que, neste dia, há exatos 50 anos, os militares optavam pela via da tomada do poder pelas armas, dando início a 21 anos de governos militares.

Pode-se se falar de vários aspectos positivos que costumeiramente são ditos sobre o governo militar como verdadeiras mentiras. Diz-se que nos tempos da ditadura havia pouca violência, ainda mais se comparada com aquela que existe hoje. Pois bem, é preciso lembrar o quanto, antes da ditadura, a sociedade brasileira era violenta, e quando isso for feito se perceberá que a violência de então estava atrelada às lutas sociais, e que a violência urbanizada dos dias de hoje é fruto de um desenvolvimento econômico que amesquinhador, que centraliza a riqueza nas mãos de poucos. Uma forma de desenvolvimento, diga-se de passagem, gestada e levada a cabo pelo próprio regime militar. Depois de um período de “milagre” econômico, a economia nacional viveu anos de agrura, que redundaram na crise inflacionária do final dos anos 80 e do início dos anos 90. Assim, a ideia de que o regime militar também desenvolveu o Brasil também seria um erro. Ainda poderiam falar que naquela época não havia corrupção, que a lisura da hierarquia militar não permitiria tal postura. Obras como a Transamazônica, a usina hidrelétrica de Itaipu, a ponte Rio-Niterói e o Minhocão foram superfaturadas, tal como acontece ainda nos dias de hoje. Essas visões equivocadas sobre o que foi o regime militar brasileiro garantem a defesa dos interesses de quem estava por detrás do golpe, e que ainda permanece às escondidas, mantendo sua condição de vida à custa de relações de poder que mantém grande parcela da população nacional longe da riqueza produzida.

Embora ainda existam pessoas que insistam em conclamar novamente os militares a assumir o poder, para supostamente sanar nosso Estado da corrupção, ou mesmo da ameaça inexistente de um governo comunista capitaneado pelo PT, é preciso lembrar o grau de perversidade envolvida nas ações de repressão. No poder os militares foram responsáveis pela eliminação física – seja pela morte de opositores, seja pela tortura – de uma geração inteira de pessoas dispostas a dar a vida pela defesa de uma sociedade mais igualitária e democrática. Quem defende o retorno da ditadura por não se sentir livre deveria deixar de apenas sentir e pensar que seus protestos são permitidos, como em qualquer outra sociedade com o mínimo de democracia. Ao contrário do que aconteceu com os opositores do regime, e ao contrário daquilo que acontece ainda hoje nas favelas de nosso país. A Polícia Militar, criação herdada do período da ditadura continua a torturar e eliminar, todos os dias, trabalhadores brasileiros que não cometem crime algum, fora o fato de nascerem pobres e de cor negra, que os digam Cláudia e Amarildo.


A retomada da memória sobre a ditadura deve servir de lição ao presente, de que o retorno ao passado não trará solução algum aos principais problemas enfrentados pela população trabalhadora brasileira. Afinal, ele foi responsável por muitos dos problemas que ainda permanecem. É deste modo que dizemos: 1964, nunca mais! E construamos a revolução socialista, baseados no poder popular!


As charges de hoje, são do sempre combativo cartunista Carlos Latuff

sexta-feira, 28 de março de 2014

Os problemas urbanos e a necessidade de uma Frente Popular de Lutas permanente!

A arte é do pessoal do "Verbo Coletivo"


Outrora a luta começou por 0,20 centavos e espalhou-se pelo Brasil em dimensão quantitativa, número de manifestantes, e qualitativa, aumento das reivindicações.

Em junho de 2013, divulgou-se uma pesquisa em que mostrava o aumento das passagens de ônibus e o aumento dos custos para a compra de transporte particular (carros, etc.). Os números foram o seguinte: de 2002 até o referido mês, houve um aumento de 111% nas tarifas de transporte público, todas referendadas por justificativas do aumento do combustível e despesas com manutenção e troca de pneus; no transporte particular o aumento nos custos foi de apenas 7%.

Nestes dez anos de dados analisados, tivemos uma inflação de 87%. Temos, assim, uma clara demonstração de incentivo dos governos federais para o consumo de carros. Isto se expressa no corte e abstenção temporária de impostos sobre carros e itens automobilísticos.

Não houve, sequer, um momento das manifestações de Junho de 2013 em que o mola propulsora não estivesse ainda preparada para engatilhar novas "ondas" de manifestações. Será que já podemos dizer que esta mola propulsora foi sanada, isto é, que a questão do transporte público foi resolvida?

A resposta é NÃO, e em Marília não é diferente. No dia 1 de março de 2014, feriado de carnaval, o prefeito Vinicius Camarinha (PSB) autorizou, assinando o decreto, o aumento do valor das tarifas de 2,15 para 2,50. Estas empresas que foram licitadas com regime de urgência, foram aprovadas por conta de serem duas empresas para cobrirem duas regiões da cidade. Feito isto, segundo a lógica deles, Prefeitura, teríamos uma concorrência entre ambas que faria os preços ficarem em termos "justos" para a população. A idéia era a seguinte: criamos concorrência entre as empresas, que hoje sabemos pertencem à um mesmo grupo de empresários, e isso fará com que haja melhoria na qualidade e nos preços. E o que temos é: corte de linhas, ônibus super-lotados, péssima estrutura no Terminal para os que esperam a conexão, e, por fim, os preços abusivos que nos cobram.
No embalo deste descaso com a população, a Frente Popular de Lutas de Marília, que o PCB compõe, decidiu por chamar uma série de Atos para que fosse impedido este aumento.

Durante o primeiro grande Ato, no dia 14/03/14, já foi possível ver que a resposta dos mandatários da cidade seria a mesma: o silencio para com a população que manifestava seu descontentamento e, pior ainda, o uso desmedido de violência policial para "conter" o perigo das manifestações.  Vimos que no domingo seguinte, dia 16/03/14, o prefeito mandou recapear, pintar e arrumar banheiros e bebedouros d'água no Terminal Urbano da cidade. Será que a mobilização popular não adianta? Será que a população nas ruas não é a melhor escolha? Acreditamos que sim: É O MELHOR CAMINHO.

Convictos disto, temos proposto que sejam criados Comitês Populares por bairros ou regiões mais amplas: por exemplo, Zona Sul, Zona Norte, Zona Leste e Zona Oeste. A intenção de criar tais Comitês é que a população passe a discutir, entre os seus vizinhos mais próximos, os problemas que são cotidianos em nossa cidade, Marília. Se há um forma de estruturarmos uma grande mobilização popular é pela via da construção de espaços para que a população se sinta à vontade e realmente tenha ouvidos. Nada melhor do que debater os problemas de sua rua, de seu bairro, de sua cidade, com aqueles que vivem os mesmos problemas que os seus.

A continuidade dos Comitês Populares possibilitam que a população formule, por si própria, suas demandas e condiciona a Frente Popular de Lutas à tocar adiante estas necessidades. A Frente se tornará, por assim dizer, o grande agente impulsionador das passeatas e movimentos. Mas serão os Comitês Populares os grandes responsáveis por manter a necessidade da luta, da discussão com os próximos, da mobilização popular, da auto-afirmação de cada um como dono da sua própria história. Seremos nós, população organizada em tais Comitês Populares, a água que movem os moinhos.


LUTAR, CRIAR, PODER POPULAR!!!!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Para compreender um pouco a situação do DAEM de Marília




Em uma cidade controlada com mãos de ferro pelo coronel local, nem bem a população é atacada com uma mão, e já vem a outra para dar o outro ataque. A população de Marília ainda se recupera do assalto que foi o aumento da passagem do ônibus para R$2,50 na última semana, e já deve preocupar o que restar do seu salário para uma possível concessão do Departamento de Água e Esgoto Municipais (o DAEM).

Historicamente a cidade possui um crônico problema de falta d’água, com ênfase nas zonas norte e sul (não por sinal nas regiões onde há a população trabalhadora mais necessitada), que se agrava no verão. Essa concessão é preparada a cada ano que passa, com um constante sucateamento do DAEM e a não conclusão de obras que poderiam muito bem diminuir o déficit da cidade. Como diz o jornalista Hailton Medeiros destaca na reportagem em sequência, caso a prefeitura pagasse sua dívida com DAEM, seria possível o departamento melhorar sua situação financeira, no entanto a prefeitura insiste, dando mais motivos para a população temer uma privatização de sua água.

O risco para a população fica mais claro ao se olhar para a qualidade de outra concessão da prefeitura – a do ônibus – caso o DAEM siga o mesmo caminho é possível já imaginar contas caras e um serviço de péssima qualidade.




Fonte da matéria: http://youtu.be/y3chYq_HSck - Hora H

quarta-feira, 26 de março de 2014

Dica Cultura da Semana: Filme "O Capital" de Costa-Gravas



O capital (2012) - 113 min. Dirigido por Constantin Costa-Gavras



Marc Tourneil é um jovem economista que trabalha em um grande banco francês. Com a doença do presidente do banco, Tourneil assume a direção em meio a um jogo de interesses bastante voraz: de um lado, diretores do banco que procuram tomar o controle da empresa e que pretendem fazer de tudo para derrubá-lo; de outro, acionistas minoritários que querem liquidar o banco para incorpora-lo aos seus negócios. No meio de tudo isso, Tourneil precisará demonstrar sagacidade para se manter no cargo e conseguir seus objetivos. Mas, quais seriam os seus objetivos? Seria conseguir uma “vida melhor” para sua família? Realizar uma nova forma de conduta profissional que torne a atividade financeira “mais humana”? É sobre a relação entre indivíduo e história, na mútua determinação existente entre aquilo que se pensa sobre a realidade e a própria realidade, no mundo contemporâneo, e em suas camadas mais destacadas, que o filme desdobra sua narrativa.

O pesquisador húngaro Istvàn Mèszàros enfatiza no conjunto de sua obra a ideia de que vivemos numa formação social marcada pela lógica do capital. Toda nossa expressão de sociabilidade – traços culturais, de personalidade, econômicos e políticos – estaria grandemente influenciada pela necessidade posta, para além da nossa vontade, da manutenção da circulação de dinheiro no mercado que sustenta nossas vidas. Essa lógica, por prezar mais a coisa do que o humano, alcançaria níveis irracionais, levando as pessoas a agirem de maneira irrefletida e pouco interessada com o outro, o que significa dar pouca importância a complexidade de nossas relações. O filme não dará uma explicação científica desse fenômeno, mas romanceia como essas possíveis consequências se fariam presentes na vida de um economista que galga degraus no mercado financeiro até se tornar presidente de um grande banco.

Ficha técnica:
Elenco: Gabriel Byrne; Gad Elmaleh; Natacha Régnier; Céline Sallette; Liya Kebede; Hypolyte Girardot.
Direção: Costa-Gravas
Roteiro: Costa-Grava; Karin Boukercha; Jean-Claude Grumberg.