O mundo passa por uma situação
agitada devido ao mais recente processo de crise do sistema capitalista,
deflagrado em 2008. Os governos a serviço do capital em vários países têm
levado a cabo os chamados planos de “austeridade” – que na verdade são medidas
para fazer que a burguesia não seja afetada e os trabalhadores paguem a conta
com desemprego, arrocho salarial e retirada de direitos.
Tais movimentações não se
realizam sem a resistência do proletariado, que reage com protestos e greves
diversas, enquanto as classes dominantes impõem o aumento da repressão. No
Brasil a situação não é diferente, como tragicamente ficou explícito no caso da
brutalidade do Estado contra os professores do Paraná – governado por Beto
Richa (PSDB). Ao mesmo tempo, ocorrem demissões em massa no setor
automobilístico, construção civil e outros.
O cenário acima é reforçado
pelas últimas iniciativas tanto do governo Dilma (PT), como do Congresso e do
STF. O Projeto de Lei 4330 tem apoio da maioria dos deputados no intuito de
remover as últimas garantias para que as terceirizações da força de trabalho se
multipliquem no país; as Medidas Provisórias 664 e 665 expressam a determinação
da presidenta e seu ministro de ouro, Joaquim Levy, buscando restringir o
auxílio doença, pensão por morte, abono salarial e seguro desemprego; por fim,
a mais alta corte de justiça brasileira, a partir da Ação Direta de Inconstitucionalidade
nº 1923, deliberou que a gestão da educação, saúde e cultura podem ser feitas
por Organizações Sociais (OSs), o que na prática é uma forma de privatização e
contratação de profissionais sem concurso.
Nessa conjuntura, mais de 100
delegados, de 17 unidades federativas, reuniram-se em São Paulo entre os dias 4
e 7 de junho com o objetivo de analisar a realidade e fortalecer a intervenção
da Unidade Classista enquanto uma ferramenta de organização e luta dos
trabalhadores do campo e da cidade. Avaliou-se que o quadro atual do movimento
sindical ainda é de hegemonia de centrais e direções pelegas e governistas,
ligadas à CUT, Força Sindical (ambas filiadas à Confederação Sindical
Internacional, fundada para se contrapor ao movimento comunista), além de
outros agrupamentos.
Contudo, desde 2013 abriu-se
um período de intensificação dos enfrentamentos diretos entre trabalhadores e
patrões, em alguns casos por fora dos sindicatos e mesmo contra os burocratas
incrustados nas estruturas sindicais. Foram os casos das greves dos
trabalhadores da Comlurb e do Comperj no Rio de Janeiro. Nesse sentido, a
Unidade Classista entende a necessidade fundamental de superar a fragmentação
no campo combativo do movimento sindical, expresso hoje na separação entre as
duas Intersindicais e a Conlutas, para consolidar uma alternativa classista e
unitária para os trabalhadores em suas tarefas imediatas e históricas.
Deste modo, defendemos a
construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT) de baixo
para cima, ou seja, não a partir de acordos de cúpulas, mas sim a partir das
bases e fóruns regionais de luta. Para fortalecer este caminho, devemos
aprofundar cada vez mais a unidade de ação com as Intersindicais e a Conlutas
onde for possível. Devemos estar junto ao proletariado, lado a lado em suas
batalhas contra os capitalistas e seus intermediários, como o Estado burguês e
o peleguismo sindical. É hora de redobrar esforços na organização por
locais de trabalho e moradia, fomentando a contraofensiva dos trabalhadores aos
ataques até sofridos!
NENHUM DIREITO A MENOS, AVANÇAR NA
LUTA POR NOVAS CONQUISTAS!
Coordenação Nacional da Unidade Classista
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