A classe trabalhadora, em escala
mundial, vem sofrendo um brutal ataque aos seus direitos e conquistas
históricas e degradação das suas condições de vida. O capitalismo, sempre que
passa por crises cíclicas, seja por superprodução de mercadorias ou por
super-acumulação de capitais, como acontece na atual crise, tenta descarregar
seus prejuízos nas costas dos trabalhadores. Para os capitalistas, um cenário
de crise também é um cenário de oportunidades para se reestruturar e obter
novas vantagens com vistas a realizar maiores lucros.
Em passado recente, o sistema
promoveu a reestruturação produtiva introduzindo em diversos setores da
economia novas tecnologias e novas formas de gerenciamento, que tiveram duas
consequências graves. No caso das novas tecnologias, o resultado mais visível
foi o desemprego estrutural, ou seja, postos de trabalhos foram definitivamente
extintos. De forma mais sutil, as novas formas de gerenciamento foram ganhando
aos poucos os trabalhadores para a cooperação/associação, oferecendo, em troca
de maior eficiência, produtividade e alcance de metas, migalhas na
"participação" de lucros e resultados. A famigerada PLR, por se
tratar de gratificações por desempenho, congela ganhos reais de salários e não
contribui para uma aposentadoria digna.
A privatização de estratégicas e
lucrativas empresas estatais, ligadas às telecomunicações, distribuição de
energia e extração de riquezas minerais, entre tantas, feitas por FHC, Lula e
Dilma, estão gerando grandes lucros para os patrões e salgadas contas de
serviços públicos, cujos preços reajustados acima da inflação corroem de forma
acelerada os salários. O sonho de consumo do setor financeiro é privatizar
também os sistemas de saúde, educação e previdência; antes, porém, é preciso
transformá-los em sucata. Para isso, os capitalistas contam com apoio, mesmo
que disfarçado, de todos os governos por eles financiados, além da colaboração
de centrais sindicais, sindicatos e sindicalistas pelegos e governistas.
Enquanto esse círculo de privatização não se fecha, os capitalistas vão comendo
pelas beiradas com as lucrativas terceirizações, que geram piores serviços
públicos, empregos precários e baixos salários. E seguem iludindo a todos com
distribuição de cartões de crédito e empréstimos a juros extorsivos, sem, no
entanto, distribuir renda.
A bola da vez são os direitos trabalhistas.
As leis recentes que envolvem seguro desemprego, abonos, pensões e
terceirizações são prova disso. Dilma se elegeu dizendo que não mexeria nos
direitos trabalhistas e está fazendo exatamente o contrário, para atender às
exigências do empresariado. Se as leis trabalhistas garantem patamares mínimos,
a flexibilização destas será para piorar a vida dos trabalhadores. As leis que
ainda são mantidas não foram obtidas pelo espírito humanitário dos patrões.
Pelo contrário, foram resultado de sacrifícios, inclusive da perda de vidas de
camaradas que lutaram por esses direitos. Na história da luta entre as classes,
jamais o dominador beneficiou o dominado sem extrair vantagens de dimensões
cósmicas.
Neste cenário, em que são cada
vez maiores os ataques aos direitos da classe trabalhadora, o caminho a ser
percorrido para garantir melhores condições de vida é o da LUTA COLETIVA E
ORGANIZADA a partir dos locais de trabalho e moradia. Não dá para depositar
esperanças na justiça burguesa/patronal nem nos governos. As batalhas judiciais
estão uma a uma sendo perdidas nos tribunais, que invariavelmente decidem a
favor do capital e contra os movimentos sindicais combativos, impondo-lhes
pesadas multas durante as greves. Por outro lado, os movimentos sociais estão
sendo criminalizados. Os trabalhadores necessitam, de forma urgente, expulsar
da diretoria dos sindicatos e associações comunitárias os
carreiristas-traidores e assumir dentro das organizações da classe as rédeas em
direção a mais direitos e ao Poder Popular. Por isso a UNIDADE CLASSISTA mantém
a proposta de convocação de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora onde
construamos juntos um comando geral representativo da classe.
Os trabalhadores só poderão
vencer essa luta se confiarem em suas próprias forças, na sua organização e
mobilização. Serão muito importantes as manifestações de rua, mas os palcos
decisivos desta batalha serão os chãos de fábrica, os locais de trabalho. Só
paralisando a produção – e, portanto, os lucros do capital – é que os patrões
sentem a força dos trabalhadores e podem recuar nos projetos de seu interesse.
Vamos avançar nas lutas visando à realização de uma ampla GREVE GERAL em defesa
de nossos direitos, contra a terceirização e os ajustes fiscais do governo,
acumulando forças e condições para a formação de uma frente anticapitalista,
tendo como horizonte a construção do Poder Popular, como caminho ao Socialismo.
Não às terceirizações!
Por mais empregos e salário mínimo do DIEESE.
Redução da jornada de trabalho sem redução de
salários
Por aposentadoria digna
Forte taxação das grandes fortunas e falsa empresas
filantrópicas
Pela reforma agrária
Por serviços públicos gratuitos e de qualidade
Punição exemplar para corruptos e corruptores
Organizar, lutar, vencer! RUMO À GREVE GERAL!
1º de Maio. Viva a luta dos trabalhadores!
Unidade Classista
Partido Comunista Brasileiro
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